quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Globalização: Parte II

O movimento anti-globalização inclui várias orientações ideológicas que, criticam as políticas do neoliberalismo económico. Podendo o movimento incluir sindicalistas, ambientalistas, anarquistas, organizações que promovam os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável, oposição à privatização dos recursos, pois, afirmam que as políticas que a globalização promove a pobreza e a desigualdade. Assim, ao mesmo tempo, opõem-se ao neoliberalismo e defendem uma democracia mais participativa que procure aumentar o controlo popular da vida política e económica perante corporações cada vez mais poderosas, como por exemplo as instituições financeiras sem qualquer controlo ou a hegemonia Norte-Americana. São assim contra a promoção de um único modelo de reorganização social. Estes movimentos usam muito tecnologias de informação e de comunicação na Internet para comunicarem e promoverem as suas actividades além-fronteiras. Criando-se um movimento que expresse a ambição de criar uma rede global transnacional. Um momento de anti-globalização muito importante, talvez seja o movimento do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) em Chiapas, no México, formado a 1 de janeiro de 1994, no mesmo dia que entrou em vigor o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA). Os zapatistas lançaram uma campanha de confrontos armados com os militares mexicanos. Onde o seu esforço tornou-se posteriormente um movimento não-violento para a reforma agrária e dos direitos indígenas. O EZLN evitou modelos tradicionais dos Protestos Nacionais e Internacionais. Outras lutas destes movimentos de anti-globalização incluem greves de alguns sindicatos, lutas contra a privatização da água, contra o desenvolvimento de hidrelétricas, protestos contra as crises financeiras promovendo o alívio da dívida dos países mais pobres, como também as acções do Movimento dos Sem Terra (MST) no Brasil ou ainda tentar garantir o acesso a medicamentos genéricos de baixo custo. Depois do 11 de setembro de 2001, os críticos acusaram o movimento de anti-globalização de desaparecer na obscuridade. E, como as instituições como a OMC, o Banco Mundial ou o FMI permanecem intactas, os países continuam a negociar acordos de livre comércio e as corporações multinacionais estendendo o seu alcance, os críticos afirmam que o movimento de globalização é ineficaz.
Alguns autores como David Held e Anthony McGrew propõem explorar, por um lado, a mudança na política dos estados-nação para o que chamam de um mundo de comunidades sobrepostas de destino, onde as fortunas dos países estão cada vez mais envolvidas e, por outro lado, os padrões e os valores cosmopolitas podem ser encontrados na ordem global. Ao perseguirem esta abordagem multinível, verificamos que os seus trabalhos se encontram na tradição clássica da teoria política, que se preocupou a caracterizar do mundo em que vivemos. Tentando refletir sobre como desenvolver e atingir as metas normativas da liberdade, a democracia e a justiça social. A resposta a este desafio segundo estes dois autores, é explorar a forma como a globalização alterou a paisagem da política para que assim se possa resolver os problemas de acção colectiva, nacional e internacional, através das instituições e da governação para que melhorem a democracia, a justiça social e a participação de todos os cidadãos numa vida pública e democrática. A prioridade, segundo Held e McGrew, seria desenvolver Estados competentes.
Assim sendo, a visão dos Neoliberais e dos Radicais sobre uma social- democracia cosmopolita é a seguinte: No caso dos Neoliberais, o princípio fundamental dos neoliberais para melhorar a condição humana é o mercado e a liberdade. A vida política e económica, devem estar relacionadas à liberdade e à iniciativa individual, sendo o princípio fundamental a não-intervenção do estado e o livre mercado. Para o melhor funcionamento do mercado, os liberais advogam ainda, um estado mínimo e alguns limites de poder a certos grupos, como os sindicatos.  Promovendo uma economia sem fronteiras, por meio do estabelecimento de redes transnacionais de produção, comércio e finanças, sem burocracia pública e pouco poder político dos Estados. Os Neoliberais são a favor da Globalização
Por outro lado, os Radicais, tem postura de uma reforma radical nas instituições internacionais baseadas no Programa das Nações Unidas, defendem os bens públicos internacionais e uma maior cooperação internacional. Esta visão congrega a esquerda pós-moderna, pós-marxista que defende a ocupação do espaço da sociedade civil deixado pelo enfraquecimento do Estado, criando estruturas de baixo para cima e a inclusão dos excluídos: trabalhadores, indígenas, mulheres. Ou seja, os defensores desta visão reforçam a necessidade de se dispor de mecanismos alternativos de governação inclusiva. Os Radicais são anti-globalização.

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